Sei lá, pode ser até que você nunca prove, mas eu vou beber com certeza, e bem rapidinho: na adega de casa tem um Grace Vineyard esperando para ser aberto, um vinho butique ao que parece bem legal. Mas quando digo que todo mundo um dia vai tomar vinho chinês não me refiro a vinhos bacanas como esse que uma amiga trouxe para mim da China, o vinho chinês que deve chegar às prateleiras dos supermercados do ocidente em um futuro próximo deve ser barato, como tudo que vem da China. Barato, no entanto, não obrigatoriamente quer dizer ruim. “Há uns 4 anos, o governo chinês resolveu desenvolver sua
indústria vitivinícola”, me disse em uma conversa informal Walter Kranz, dono da vinícola catarinense
Kranz e ex-presidente da Mercedes-Benz na China. “E, quando o governo
chinês decide investir em algo, quer dizer: ‘Vamos ser um dos primeiros
nesse setor’. Foi assim com automóvel, foi assim com caminhão. Eles
absorvem know-how, tecnologia, e depois entram pesado no mercado. Por
enquanto, os chineses estão aprendendo a fazer vinho. Mas, em alguns
anos, devem surgir no mercado internacional com vinhos de combate,
vinhos com boa relação entre qualidade e preço. O país é tão grande que
deve haver bons terroirs em várias regiões.”
segunda-feira, 8 de abril de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Para entender melhor os hermanos
Dizem que os europeus nascem entendendo de vinho. Nada! O sujeito da Borgonha nasce entendendo de vinho da Borgonha, o do Piemonte, entendendo de vinho do Piemonte. Eles sabem quem na vizinhança é mais caprichoso, quem é meio picareta, quem é esforçado, mas tem um pedaço de terra que não ajuda, e quem tem mãos de ouro e um vinhedo abençoado. É como o sitiante mineiro que, por mais simples que seja, não hesita ao indicar o melhor produtor de queijo de sua região. Dê apenas 15 minutos e poucos euros para um piemontês médio comprar um vinho em uma loja de Dijon e, aposto, ele sairá com algo muito aquém do que está acostumado a beber em casa pelo mesmo preço. Comprar vinhos é muito difícil! Há uma infinidade de variáveis envolvidas na escolha, pois, apesar de o consumo ter se tornado globalizado, a produção de vinhos (ou, pelo menos, de alguns dos melhores deles) ainda é muito fragmentada em mínimas localidades cheias den peculiaridades
Eu confesso que, até hoje, entrar em uma loja de vinhos no exterior (ou mesmo em grandes lojas no Brasil) é algo um pouco angustiante, me sinto como se estivesse diante de um tesouro escondido em meio a várias pedras falsas: as chances de eu reconhecer as verdadeiras joias não são grandes. Para isso, graças a Deus, existem os críticos e seus guias. As pessoas falam muito mal do Robert Parker, o crítico americano que popularizou o sistema de pontos, dizem que ele só gosta de um estilo de vinho, que leva os produtores a alterarem seus vinhos para agradá-lo, mas, quando você entra correndo em um supermercado para comprar um tinto para o jantar na casa de amigos daí a dez minutos, é um grande conforto se deparar com uma garrafa de preço razoável acompanha de uma etiqueta que diz "91 pontos RP".quinta-feira, 4 de abril de 2013
Os mistérios de Montalcino
A pequena Montalcino, na Itália, costuma aparecer com frequência nas páginas de turismo e gastronomia de jornais e revistas do mundo todo por causa de seu famoso vinho brunello di Montalcino. Em dezembro de 2012, no entanto, a região ocupou as páginas policiais com uma curiosa história: um ex-funcionário invadiu a vinícola Case Basse di Soldera e despejou mais de 60 mil litros do brunello di Montalcino que é considerado por muitos como o melhor da denominação. Na época, o proprietário anunciou que teria perdido todo o vinho produzido entre 2007 e 2012. Na semana passada, o proprietário veio a público dizer que salvou pequenas parcelas de cada safra. Resta agora saber quanto de cada safra, quem terá acesso a elas e a que preço...
Degustar é preciso

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