terça-feira, 18 de dezembro de 2012

por um natal mais leve


Entre os brancos, também podemos optar por vinhos mais leves ou mais pesados. Na verdade, uma mesma uva pode produzir vinhos de vários estilos. O quadro acima mostra a diferença de cores entre um chardonnay da região de Chablis (Borgonha, França) e outra do Napa Valley (Califórnia, EUA). A diversidade não se restringe à cor: o chardonnay de Chablis costuma ser muito mais fresco que o de Napa, porque passa menos tempo na madeira

Apesar do o calor, os brasileiros insistem em tomar vinhos tintos encorpados e torcem o nariz quando alguém sugere um branco. As pessoas por aqui têm preconceito com vinho branco. Quando comecei a beber vinho, boa parte dessas pessoas adorava o vinho branco docinho alemão (ou pior, tipo alemão) da garrafa azul. Não queria saber de tinto. Aí, alguém contou para elas que aquele vinho era uma porcaria e que o bacana era beber vinho tinto. Com certeza, foi alguém que sabia só um pouquinho mais de vinho do que elas. Gente, quem diz que vinho de qualidade tem de ser tinto não entende nada do assunto.  Afirmar que vinho branco não presta é o mesmo que dizer que sorvete para ser bom tem de ser de chocolate.  Não se pode confundir o tipo do vinho com a sua qualidade. Assim como há tintos memoráveis, há grandes brancos: um grand cru de Montrachet (sub-região da Borgonha, na França), por exemplo, é um vinho que pode ser guardado por décadas e, dependendo do prestígio do produtor, chega a custar bem mais de mil reais por garrafa.
Também adoro vinho tinto, mas, quando o termómetro marca 35 graus à sombra, tenho dificuldades de comer um pernil tomando uma garrafa de cabernet sauvignon. E é isso que, na maioria das vezes, a gente encontra na mesa de Natal: um vinho pesado, denso, que enche o estômago e acaba com a pouca fome que nos resta em noites muito quentes.
Por que não comer o lombo com batatas acompanhado de um belo Chablis, um vinho branco da região francesa da Borgonha? Feitos a partir da uva chardonnay, os Chablis costumam ser descritos como vinhos elegantes, ou seja, seus aromas são delicados, nada enjoativos, têm algo de cítrico no nariz e a famosa mineralidade na boca. A acidez do vinho vai quebrar um pouco a gordura da carne e realçar seus sabores.  Com o peru, um bom par seria um chardonnay da Califórnia (ou de outras regiões do Novo Mundo), daqueles que têm toques de manteiga, baunilha, que parecem até doces apesar de secos por causa do aroma de abacaxi maduro.
Até com bacalhau, que é peixe, o brasileiro (assim como o português, devo reconhecer) toma vinho tinto. Por que, meu Deus, fazer isso consigo mesmo em pleno verão tropical?! Com a maioria das receitas de bacalhoada, um vinho verde vai muito bem. Vinho verde, na verdade, é o nome de uma região no norte de Portugal, que produz alguns dos brancos que mais me agradam. São vinhos de boa acidez, frescos. Gosto especialmente dos feitos com as uvas alvarinho ou loureiro. Experimente e me contem depois!

P.S. Mas, se você insiste em tomar só tintos, dê uma olhada no meu próximo post

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